Pedofilia, um transtorno parafílico



A definição geral informalmente encontrada para pedofilia é uma perversão que leva um indivíduo adulto a se sentir sexualmente atraído por crianças.

O Código Internacional de Doenças -CID 10, na sua seção sobre Transtornos Mentais e Comportamentais classifica parafilias como “transtornos da personalidade e do comportamento do adulto”, e, entre estes, como “transtornos da preferência sexual”. Já o O DSM V (Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais) classifica o transtorno pedofílico inserido nos transtornos parafílicos. 

*Transtorno caracteriza-se por estar causando sofrimento ou prejuízo ao indivíduo ou que a satisfação implica dano ou risco de dano pessoal a outros.

Entende-se parafilia como um comportamento sexual intenso e persistente em resposta a objetos e situações atípicas, onde a fonte de prazer não é o ato sexual em si mas alguma outra atividade ou objeto.

Para o DSM, a parafilia é “qualquer interesse sexual intenso e persistente que não aquele voltado para a estimulação genital ou para carícias preliminares com parceiros humanos que consentem e apresentam fenótipo normal e maturidade física.” Portanto, a parafilia em si é inofensiva e passa a ser considerada nociva quando causa danos a outros ou a si mesmo, considerado um transtorno parafílico. Podemos citar como exemplos de parafilia, o voyeurismo, o masoquismo, o sadismo, a pedofilia entre outros. 

Os transtornos apontados pelo DSM são comuns, porém alguns, devido às características danosas são considerados crimes sexuais.

A definição para o Transtorno Pedofílico, segundo os critérios de diagnóstico do DSM V são:

“A. Por um período de pelo menos seis meses, fantasias sexualmente excitantes, impulsos sexuais ou comportamentos intensos e recorrentes envolvendo atividade sexual com criança ou crianças pré-púberes (em geral, 13 anos ou menos). 
B. O indivíduo coloca em prática esses impulsos sexuais, ou os impulsos ou as fantasias sexuais causam sofrimento intenso ou dificuldades interpessoais. 
C. O indivíduo tem no mínimo 16 anos de idade e é pelo menos cinco anos mais velho que a criança ou as crianças do Critério A. 
Nota: Não incluir um indivíduo no fim da adolescência envolvido em relacionamento sexual contínuo com pessoa de 12 ou 13 anos de idade.” (DSM V, 2014)

É considerado um transtorno pedofílico quando a preferência sexual por crianças causa sofrimentos e prejuízos ao indivíduo ou implica dano ou risco a outros. Porém, se houver ausência de sentimento de culpa, vergonha ou ansiedade sobre esses impulsos, se não houver limitação ou indícios da prática desses impulsos, então considera-se orientação sexual pedofílica. Diante disso a pedofilia parece ser para toda a vida, porém, o transtorno inclui necessariamente outros elementos de sofrimento.

Segundo o DSM V de forma geral a prevalência na população do transtorno pedofílico é incerta. Calcula-se que entre o sexo masculino é de cerca de 3 a 5% e para o sexo feminino a prevalência é ainda mais incerta. Afirma-se ainda que uma das características que demonstram o comportamento do transtorno pedofílico é o uso intenso de pornografia infantil.

O tratamento de pessoas com esse transtorno geralmente acontece em grupo para troca de experiências, baseado na terapia cognitiva comportamental com finalidade imediata de evitar comportamentos que estimulem esse impulso sexual, somado a remédios antidepressivos, devidamente prescritos por psiquiatras.

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